sábado, 26 de fevereiro de 2011

Repensando em um conceito de arquitetura, foi possível chegar em uma valiosa comparação.
O mundo está subdivido humanas, exatas, biológicas e assim somos julgados profissionalmente. Então lembrei da época do cursinho onde havia uma sala específica para pessoas destinadas à arquitetura, não fazia parte apenas de uma divisão, mas ao perguntar para muitas pessoas cheguei a conclusão que fosse uma área mista de humanas e exatas. Assim comecei a refletir uma justificativa para cada uma dessas áreas.

Humanas porque a arquitetura é aquela que abriga à todos, acolhe e nos acomoda, assim como a exatas está fortemente presente na estrutura do projeto e em todos seus cálculos necessários para deixá-la em pé...Mas indo um pouco além na área de humanas, refleti a arquitetura e seu projeto como uma pessoa, possui várias faces( fachadas), vários pontos de vistas, um sentimento a ser passado para aqueles que trajetam sua vida. Assim como uma criança, com seus pequenos ossinhos (estrutura) e seu corpo (revestimento e acabamentos) é lançado em um mundo onde não sabe o que vai acontecer(implantação). Quando possui uma má formação, agride sua saúde (cai ou é necessário sempre ter reparos e cuidados especiais). Começando a enfrentar o mundo ao seu redor nascem as primeiras marcas de dor, como o rancor a mágoa( rachaduras). Com o passar do tempo, muitas pessoas entram e saem de nossas vidas e algumas ficam por mais tempo, como em um prédio de serviços onde os clientes entram e saem enquanto os funcionários permanecem por um tempo maior, sendo que todos se relacionam de alguma forma com o prédio.
Ao envelhecer é considerado como mais um prédio em uma cidade, como a grande São Paulo, assim como muitos idosos são deixados como apenas mais uma pessoa de terceira idade no mundo para ser paga com sua aposentadoria, mas que não presta mais serviços como antes por ter a saúde frágil (a estrutura de um prédio que não é eterna e se não houver reparos é isolada). E em um momento já está tão ultrapassada com as novas tecnologias que já não podem reparar esse prédio por não haver mais o mesmo material e estar desativado, apenas ocupando espaço é demolido para se fazer um novo prédio com todas as tecnologias, como um idoso que chega ao seu fim e ao morrer aqueles que não eram tão próximos o esquecem...Um prédio senão for famoso como grandes artistas e outras pessoas famosas não ficam marcadas no mundo.
Assim com essa comparação, percebi que papel do arquiteto não é apenas projetar um imóvel e nem para deixar seu nome famoso, mas sim o de tentar eternizar outra "pessoa", como verdadeiros pais, que se preocupam com a formação do filho e que antes de deixar enfrentar o mundo, o prepara para não haver muitas rachaduras ou machucados profundos que ao se machucar não basta o revestimento para curar.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Repensar

Repense o autoconhecimento e a busca pela espiritualidade
Repense os formatos das famílias e os estilos de vida
Repense as crianças, os jovens e a terceira idade
Repense o high tech e o high touch
Repense o fashion e o casual
Repense a alta e a baixa renda
Repense a gestão e o novo executivo
Repense as grandes e as pequenas cidades
Repense a influência da China, da Índia e da globalização
Repense o resgate da ética e das bases da filosofia
Repense a sustentabilidade
Repense o trabalho e a qualidade de vida
Repense o entretenimento e a cultura
Repense os novos e antigos padrões estéticos
Repense a diversidade e o preconceito
Repense as tribos e as comunidades
Repense a tecnologia e a conectividade ao alcance de todos
Repense o consumidor
Repense o indivíduo
Repense.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Alguns Porquês

Bem vindos ao blog Repensar! Este, como primeiro post do blog deve esclarecer algumas coisas a seu respeito (e a meu respeito também). Na verdade, essa é a primeira vez que eu escrevo para um blog. Na verdade, é a primeira vez que eu escrevo algo para publicar, então eu vou tentar não ser muito prolixo e não me demorar muito.
Acho que eu devia começar dizendo algo sobre mim. Sou estudante de arquitetura, atualmente no terceiro semestre, tenho dezenove anos e ainda não sei dirigir hehe. Pra mim, escrever costumava ser uma simples obrigação escolar, mas, após alguns incentivos e referências acertadas, passou a ser um meio de desabafo, de colocar os pensamentos em ordem, de expressar paixões secretas e sentimentos ocultos. É claro que esses textos sempre ficavam restritos ao pequeno círculo entre meu ego e minha mente e, na pior das hipóteses, vazavam a um ou dois confidentes...
Bem, a idéia de criar um blog vem me atormentando a cerca de um ano, desde que eu entrei na faculdade. Minha primeira idéia era apenas comentar projetos de que eu gostasse. Foi necessário pouco tempo estudando arquitetura para que eu percebesse que isso não bastaria para o meu ego arquitetônico. Comecei a pensar em publicar também os projetos dos meus colegas de sala. Agora, com dois semestres de arquitetura na cabeça, criatividade a mil, e quase um ano desenvolvendo essa idéia, cheguei num modelo bem mais complexo do que eu mesmo gostaria. Pretendo escrever aqui sobre projetos interessantes, projetos famosos, projetos premiados, projetos ruins, projetos desconhecidos e projetos dos meus colegas, quero também escrever sobre minhas expectativas quanto à arquitetura como faculdade e como profissão, devo também expor minhas opiniões sobre a “técnica principal”, a “arte da universalidade”, que esbarra em tantos ramos do pensamento humano quantos pudermos contar, das artes plásticas à medicina, da filosofia à engenharia, da culinária à dança.
A minha demora em começar o blog não foi só por causa da idéia: eu precisava de um nome! Eu imagino que dar nome seja a pior parte de criar algo. Claro que idéias não faltavam, “ars_universalis”, já existe, “arkhe”, feio demais... “arquitetura_musica_petrificada”, longo demais... “firmitas_utilitas_venustas”, latim demais... “tríade”, cristão demais...
Por mais ou menos seis meses eu pesquisei definições de arquitetura na internet e em livros, fui de Goethe a Vitruvius sem encontrar nada que satisfizesse meu frágil senso de estética. A resposta, porém, me veio do lugar mais inusitado: uma pichação. Na verdade um grafite. Foi totalmente por acaso, nesse dia meu pai estava fazendo caminhos diferentes para evitar o trânsito causado pela chuva, o que foi totalmente em vão. Eu já estava profundamente irritado com tudo aquilo quando vi aquela casa. O grafite cobria toda a fachada da casa e se tratava de uma poesia, da qual tratarei em outro post, para este basta dizer que o grafite se chamava “Repensar”.
Naquele instante, preso no engarrafamento, cercado por carros, enxurrada e cidade, me veio a epifania, esse sentimento de que algo está profundamente errado com a forma que vivemos, de que algo precisa ser urgentemente repensado, cuidadosamente reprojetado e rapidamente refeito. De agora em diante, esse se tornarão os meus 3 R’s: repensar, reprojetar e refazer.
Ok, já escrevi demais. Vou ficar por aqui antes que eu entre no assunto de outros posts e acabe sem assunto futuramente. Até mais e bem vindos ao Repensar!

P.s.: Chamar aquele grafite de poesia é lirismo. Só pra parecer mais bonito hehe...